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Eleições presidenciais da Mongólia


As eleições presidenciais da Mongólia estão marcadas para acontecer no dia 26 de junho. Caso a presidência não seja decidida por maioria absoluta, haverá um segundo turno.


Foto: Global risk insight


Contexto:


Essa será a quinta eleição para presidente na Mongólia, depois da instauração da democracia liberal com o fim do governo comunista, em 1990. Hoje, o país enfrenta uma grande crise econômica devido à queda dos preços das commodities. A crise gerou um aumento exponencial do desemprego, diminuição nos investimentos estrangeiros no país e então, um aumento do débito com bancos internacionais.


O candidato à presidência, Miyeegombyn Enkhbold, pelo Mongolian People’s Party (MPP), negociou, enquanto primeiro-ministro, um acordo com o FMI e com outros parceiros bilaterais do país, como a China, o Japão e a Coreia do Sul. A dívida externa chega a US$5,5 bilhões, que se equivale a quase metade de seu PIB. O acordo prevê o aumento das taxas, acompanhado de redução das medidas de proteção social. Outra exigência do Fundo Monetário Internacional é o congelamento dos salários dos funcionários públicos, além da elevação da idade mínima para a aposentadoria.


Sobre os candidatos:


Sainkhuu Ganbaatar do (MPRP), Mieygombo Enkhbold do (MPP) e Khaltmaa Battulga (DP) posam para fotos antes de um debate televisionado em Ulaanbaatar, Mongólia, junho 24, 2017. – Foto: Reuters


O candidato do MPP, partido do atual governo, Miyeegombyn Enkhbold foi primeiro-ministro de 2006 a 2007. Atualmente é o líder do partido e porta-voz do Parlamento. Negociou o acordo com o FMI para enfrentar a atual crise financeira.


Khaltmaa Battulga, ex-lutador e empresário, entrou para a carreira política em 2004, com financiamento próprio. Membro do Democratic Party (DP), hoje é um dos líderes da oposição no State Great Khural (parlamento). Propõe um referendo para aprovar o acordo com o FMI. Sugeriu que apoiaria o retorno de uma lei que obriga as empresas estrangeiras que exploram as minas a investir parte de seus lucros em bancos mongóis. É também crítico à dependência econômica do país à China, o que é explicitado por seu slogan: “Mongol ylna”, que significa “A Mongólia triunfaria”.


O terceiro candidato é o Sainkhuugiin Ganbaatar, do Mongolian People’s Revolutionary Party (MPRP). Sua candidatura não foi a primeira opção do partido que havia escolhido Nambaryn Enkhbayar, em sua convenção nacional no dia 5 de maio. A Comissão Eleitoral Nacional da Mongólia não aceitou essa candidatura, por Enkhbayar possuir uma ficha criminal e não ter passado os últimos cinco anos no país, tendo morado no exterior entre agosto de 2013 e outubro de 2014. Assim, o partido selecionou Ganbaatar como seu candidato. Houve resistência por parte do único parlamentar do MPRP, que abandonou o partido.


Ganbaatar era originalmente líder do Partido Trabalhista da Mongólia. Considerado "populista” é contrário à exploração das minas do país por empresas estrangeiras. No entanto, perdeu credibilidade devida a um escândalo: gravações revelaram que o candidato mentiu sobre suas credenciais, o que o custou seu assento no Great Khural, ano passado.


Todos os candidatos enfrentam alegações de corrupção.



Pesquisas de opinião:


Foto: Voa News


Na Mongólia, há uma lei que proíbe a divulgação de pesquisas em ano eleitoral. Sendo assim, a pesquisa mais recente é de dezembro de 2016. Resultados de pesquisas estrangeiras a respeito da percepção da população mediante questões políticas, feita pela Fundação Konrad-Adenauer em março de 2017, indicam que ⅔ das pessoas que participaram da pesquisa afirmam não confiar nos dois maiores partidos do país (MPP e DP).


Isso poderia significar uma demonstração de receptividade dos eleitores ao Mongolian People’s Revolutionary Party e seu candidato, Sainkhuugiin Ganbaatar.


Referências:


ELECTION GUIDE. Mongolia. Disponível em: <http://www.electionguide.org/countries/id/144/> Acesso em 2017


NEWS.MN. Mongolian Presidential Election 2017. Disponível em: < https://www.news.mn/r/323339> Acesso em 2017


SANT MARAL FOUNDATION. Politibarometer #16(50), March 2017. Disponível em: <http://www.santmaral.org/sites/default/files/SMPBE17%20Mar_0.pdf> Acesso em 2017


WASHINGTON POST. Here are 4 things to know about Mongolia's presidential election on monday. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/news/monkey-cage/wp/2017/06/23/here-are-the-4-things-to-know-about-mongolias-presidential-election-monday/?utm_term=.edc0347712cc> Acesso em 2017



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